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Cristhian Carvalho
Bem vinda (o) !
Essa é provavelmente a primeira coisa que que você vai ouvir quando chegar no Brasil. Principalmente quando chegar em Salvador. Numa cidade altamente turística, numa cidade onde muitas pessoas vivem do cuidado e do entretenimento não é de se estranhar que a chegada seja calorosa. Vendida aos quatro cantos como a “Roma negra” graças a presença dos cultos de matriz africana, é a diáspora que estampa as esquinas, os bairros, as periferias, o dia-a-dia na cidade. A riqueza ancestral está na comida, nas danças, nos adereços, no canto, na melanina na pele de cerca de 85% das pessoas que se consideram pretas, tornando Salvador a cidade mais preta do país. A fama internacional pelas festas anuais como carnaval e a festa de Iemanjá no dia 2 de fevereiro atraem pessoas do mundo todo pra descobrir o que é que a Bahia tem, o que Salvador tem.
Gosto muito da palavra “beleza” e sempre penso nessa palavra quando quero descrever algo ou alguém que me toca profundamente. E eu não poderia escolher outra palavra para descrever a minha cidade. Meus olhos sempre enxergam com ternura e beleza as histórias sobre os bairros, a coragem e poder de resiliência dos seus moradores, a longevidade das tradições, dos monumentos, até a fala tem beleza. O “pretoguês” é muito falado aqui, palavras bantu que se incorporaram ao português colonial criam uma particularidade no nosso falar que é beleza pura. A beleza dos cabelos, dos turbantes me transportam e me conectam de uma maneira muito forte a pessoas que eu posso não conhecer, mas numa troca de olhares sabemos que nossas raízes são as mesmas.
Cristhian Carvalho
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